As crises expressam um desequilíbrio entre a produção e o transporte, comprometendo a realização do capital, ou seja, a transformação da mais-valia em lucro, processo que só se realiza mediante o estoque das mercadorias capitalisticamente produzidas.

As crises ocasionam, mecanicamente, um colapso do capitalismo. Elas deflagram um período histórico de acirramento das contradições fundamentais do modo capitalista de produção que afetam sobremaneira o ambiente econômico e as relações de força entre as classes.

Os impactos das crises apresentam-se diferenciados para os trabalhadores e os capitalistas. Para os capitalistas, trata-se da submissão intensificada e, para os trabalhadores, do seu poder ameaçado.

A produção em massa de produtos padronizados, que marcou o regime toyotista, cede lugar à produção seletiva, preferencialmente de produtos de luxo, consumida por não muito mais que 50% da população mundial, composta pelas classes altas e proprietárias.

Para compreender as mudanças na dinâmica do capitalismo, é essencial reconhecer o significado histórico das crises em seu desenvolvimento, independentemente de serem qualificadas como crises econômicas ou concebidas como crises orgânicas.